A Satisfação com a Vida de Mulheres Idosas Imigrantes

"Recomeçar num novo lugar é desafiante, mas também libertador. A satisfação vital vem quando abraçamos o desconhecido com coragem."

Introdução

A satisfação com a vida é um elemento fundamental do bem-estar subjetivo. É influenciada por vários fatores, como saúde, relações sociais e o contexto em que a pessoa vive. No caso das mulheres idosas imigrantes, essa perceção é moldada pela sua história de vida, pelos desafios que enfrentaram ao deixar o seu país de origem e pelas oportunidades que encontraram no novo país.

Este artigo baseia-se num estudo qualitativo sobre a satisfação com a vida de mulheres idosas angolanas que migraram para Portugal após a descolonização de Angola. Através de entrevistas, explorou-se como percebem atualmente a sua vida e quais os aspetos determinantes no seu processo de adaptação.

Contexto e Metodologia

Muitas mulheres angolanas migraram para Portugal num contexto marcado pela instabilidade política e pela guerra no seu país. Chegaram com a esperança de encontrar melhores oportunidades para si e para as suas famílias, mas enfrentaram desafios relacionados com a integração social, a discriminação e as dificuldades económicas.

Para conhecer a sua experiência de vida e o seu nível de satisfação, foram realizadas entrevistas a cinco mulheres com mais de 65 anos que residem em Lisboa. A partir dos seus testemunhos, identificaram-se os principais fatores que influenciaram a sua perceção de bem-estar.

Resultados Principais

As participantes destacaram que a migração foi uma estratégia para melhorar a sua qualidade de vida e a dos seus familiares. Apesar das dificuldades iniciais, como a adaptação a um novo país e a distância das suas raízes, a maioria expressou uma perceção positiva sobre a sua vida atual.

Os principais fatores que influenciaram a sua satisfação com a vida foram:

• Adaptação bem-sucedida: Ao longo do tempo, conseguiram estabelecer-se em Portugal, aceder a serviços de saúde e criar novas redes de apoio.

• Concretização de objetivos de vida: A migração permitiu-lhes alcançar estabilidade económica e familiar, o que influenciou a sua sensação de realização.

• Paz e bem-estar: Portugal tornou-se um lugar onde encontraram tranquilidade e segurança, aspetos fundamentais na sua perceção de satisfação.

Conclusão

Este estudo mostra que a satisfação com a vida na velhice está fortemente relacionada com uma adaptação bem-sucedida e com a concretização de objetivos pessoais. No caso das mulheres idosas angolanas imigrantes em Lisboa, o seu bem-estar está ligado à estabilidade que conseguiram construir na sua nova vida.

Compreender as suas experiências não só nos permite conhecer a sua história, mas também desenvolver melhores estratégias de apoio para pessoas idosas imigrantes, garantindo que o seu bem-estar e satisfação com a vida sejam devidamente considerados.

Escrito por Araceli Farrera

Abril 2020, Lisboa, Portugal